LIBERTADORES: com Neymar e Ganso no esplendor de seus auges, Peixe conquista a América depois de quase 50 anos
Após quase cair na primeira fase da Taça Libertadores, Santos reagiu no dia do aniversário de 99 anos do clube. No final, a cereja do bolo diante de 40 mil no Pacaembu
No ano de 2011, o Santos Futebol Clube, para muitos, era o favorito ao título da Libertadores da América. Após um 2010 mágico, com um dos melhores times que o Peixe já teve em sua história, conquistando o Campeonato Paulista e a Copa do Brasil (a segunda, uma conquista inédita na galeria do clube), tendo o melhor jogador do país no elenco, sem contar outros tantos nomes. O começo foi bem turbulento, mas o desfecho da história foi uma conquista que a torcida esperava durante 48 anos. Com um mar branco no Pacaembu, com mais de 40 mil vozes gritando a plenos pulmões: "Vamos ser tri, Santos!", contra o mesmo adversário da primeira conquista, há 49 anos. Uma história que só podia terminar com um final feliz. Hoje, no Planeta Esporte, relembraremos a saga do Peixe rumo ao tricampeonato da Taça Libertadores da América. Desde a estreia, contra o Deportivo Táchira-VEN em San Cristóbal, até a conquista da Glória Eterna, em São Paulo.
O reencontro depois de três anos seria no dia 27 de abril de 2011, na Vila Belmiro. O América vinha sem alguns de seus principais jogadores, já que preferia priorizar a Liga dos Campeões da CONCACAF (os mexicanos jogavam a Libertadores como convidados até 2016, e não poderiam disputar o Mundial de Clubes caso algum deles fosse campeão). A intenção do técnico Carlos Reinoso era bloquear o time alvinegro e tentar fazer um gol fora de casa, o que seria crucial para as pretensões das "Águias". Sob os olhares do Rei Pelé nos camarotes, o dono da camisa que um dia foi sua seria o responsável por transbordar de felicidade os corações santistas. Depois de tanto tentar, de tanto pressionar, o gol do Santos finalmente saiu. E foi dos pés de Ganso, em um chute rasteiro e bem colocado, indefensável para o excelente Guillermo Ochoa. O América ainda teria Miguel Layún expulso após levar dois amarelos. Suspiro de alívio, e mais um passo dado na caminhada santista.
ESCALAÇÃO DO SANTOS: Rafael, Pará, Bruno Rodrigo, Durval e Alex Sandro. Adriano, Arouca, Elano (Alan Patrick) e Danilo. Neymar e Zé Eduardo (Bruno Aguiar). Técnico: Muricy Ramalho
Após quase cair na primeira fase da Taça Libertadores, Santos reagiu no dia do aniversário de 99 anos do clube. No final, a cereja do bolo diante de 40 mil no Pacaembu
No ano de 2011, o Santos Futebol Clube, para muitos, era o favorito ao título da Libertadores da América. Após um 2010 mágico, com um dos melhores times que o Peixe já teve em sua história, conquistando o Campeonato Paulista e a Copa do Brasil (a segunda, uma conquista inédita na galeria do clube), tendo o melhor jogador do país no elenco, sem contar outros tantos nomes. O começo foi bem turbulento, mas o desfecho da história foi uma conquista que a torcida esperava durante 48 anos. Com um mar branco no Pacaembu, com mais de 40 mil vozes gritando a plenos pulmões: "Vamos ser tri, Santos!", contra o mesmo adversário da primeira conquista, há 49 anos. Uma história que só podia terminar com um final feliz. Hoje, no Planeta Esporte, relembraremos a saga do Peixe rumo ao tricampeonato da Taça Libertadores da América. Desde a estreia, contra o Deportivo Táchira-VEN em San Cristóbal, até a conquista da Glória Eterna, em São Paulo.
Capitão América: Edu Dracena levanta a taça da Libertadores no Pacaembu |
O PRIMEIRO PASSO - Deportivo Táchira/VEN 0x0 Santos, 15/02/2011
Dos sete brasileiros classificados para a Libertadores, o Corinthians foi o primeiro a ficar pelo caminho, caindo na fase preliminar para o Deportes Tolima, da Colômbia. Inclusive, foi o último jogo de Ronaldo como profissional. Herói do pentacampeonato do Brasil em 2002, e um dos maiores jogadores da história do futebol, o Fenômeno se aposentara com uma eliminação inédita para o futebol brasileiro. Enquanto isso, o Santos tinha o reforço de seu quarteto campeão do sul-americano sub-20, realizado no Peru. Os laterais Danilo (guarde bem esse nome, torcedor santista) e Alex Sandro, o meia Alan Patrick, e claro, Neymar. O grande astro do elenco, já que o meia Paulo Henrique Ganso ainda se recuperava de uma grave lesão no joelho, sofrida durante o Brasileirão do ano anterior.
Comandado por Adílson Batista (vice-campeão da Libertadores como técnico pelo Cruzeiro, e campeão como jogador, sendo o capitão do Grêmio comandado por Felipão em 1995), a meta do Peixe era clara: erguer a taça depois de quase 50 anos de espera. Na Venezuela, viria o primeiro desafio: Deportivo Táchira, no estádio Pueblo Nuevo de San Cristóbal, estádio esse que recebeu jogos da Copa América de 2007, vencida pela Seleção Brasileira comandada por Dunga, e que tinha Meninos da Vila entre os campeões, como a dupla Diego e Robinho. Desgastado por conta dos jogos do Sul-Americano, Neymar não estava 100%. Ainda assim, o Peixe chegou perto da vitória. O craque tentou fazer um gol de letra, mas não conseguiu. Na sequência do lance, Danilo acertaria a trave. O árbitro ainda anulou erroneamente um gol do atacante Diogo, que sequer estava impedido. O ex-jogador da Portuguesa ainda reclamaria de um pênalti não marcado a favor do time alvinegro. No fim das contas, 0 a 0 e o primeiro ponto na bagagem.
Mesmo cansado por conta do Sul-Americano, Neymar deu trabalho aos venezuelanos |
ESCALAÇÃO DO SANTOS: Rafael Cabral, Danilo, Edu Dracena, Durval e Léo (Alex Sandro). Arouca, Rodrigo Possebon, Pará (Adriano) e Elano. Neymar e Diogo (Zé Eduardo) - técnico: Adílson Batista
EMPATE AMARGO EM CASA - Santos 1x1 Cerro Porteño/PAR
A segunda partida em casa marcaria o primeiro dos quatro encontros contra o Cerro Porteño naquela Libertadores. O Peixe havia perdido o técnico Adílson Batista, que havia sido demitido após um empate contra o São Bernardo em plena Vila Belmiro, válido pelo Campeonato Paulista. Na realidade, o time vinha de quatro jogos consecutivos sem vitória, sendo três empates (incluindo a estreia na competição sul-americana) e uma derrota no Paulistão. De forma interina, Marcelo Martelotte (que havia comandado a equipe no restante do Brasileirão de 2010 após a saída de Dorival Júnior) estaria à frente do time contra os paraguaios. Com muitos erros e um primeiro tempo apático, o Peixe voltou aceso na etapa final. Aos 10 minutos, Zé Eduardo entrou livre, tentou driblar o goleiro Diego Barreto, mas foi derrubado pelo mesmo dentro da área. O árbitro argentino Héctor Baldassi (aquele, que havia prejudicado o Santos nas quartas de final de 2008, anulando um gol legítimo de Kléber Pereira contra o América-MEX, no Azteca) imediatamente marcou pênalti. Elano bateu e guardou: 1 a 0, o primeiro gol na campanha foi de um dos únicos remanescentes do vice-campeonato de 2003 (além do lateral Léo), quando o Santos foi derrotado pelo Boca Juniors.
Vice-campeão em 2003, Elano comemora o gol com Neymar |
Parecia que a paz estava de volta na Vila Belmiro. Vitória, liderança do grupo...eis que surge Héctor Baldassi mais uma vez. Aos 47 do segundo tempo, Edu Dracena fez um pênalti bobo em cima de Bareiro, assinalado pelo árbitro. As esperanças estavam nas mãos do goleiro Rafael, que se movimentou na linha, apontou o lado e tentou desestabilizar o batedor, mas o atacante argentino Roberto Nanni deu de ombros e converteu a cobrança, mandando a torcida na Vila Belmiro calar a boca. Mais um jogo sem vitória, protestos da torcida e a crise persistia em não ir embora.
ESCALAÇÃO DO SANTOS: Rafael Cabral, Jonathan, Edu Dracena, Durval e Léo. Rodrigo Possebon (Adriano), Danilo, Elano e Diogo (Alex Sandro). Neymar e Zé Eduardo (Keirrison). Técnico: Marcelo Martelotte.
Neymar vai pra cima da marcação de Iván Piris: jogador paraguaio passaria pelo São Paulo pouco depois |
OLHA NO MEU OLHO - Colo-Colo/CHI 3x2 Santos
Com a volta de Paulo Henrique Ganso tendo já ocorrido em meio ao Campeonato Paulista, quando o craque entrou no segundo tempo da partida contra o Botafogo-SP, marcou um gol e participou de outro, ele seria titular contra o Colo-Colo, no estádio Monumental David Arellano, em Santiago. O duelo contra os chilenos era crucial para as pretensões do Santos na competição, e mesmo como visitante, o Peixe começou se impondo. Logo aos quatro minutos, uma falta para o time brasileiro a 40 METROS DE DISTÂNCIA se transformou em gol. Elano não levou fé no goleiro Juan Castillo (aquele mesmo, com passagem melancólica pelo Botafogo entre 2008 e 2009) e mandou um foguete de lá mesmo. O uruguaio, como já era de costume, aceitou. 1 a 0, e mais um gol na conta do camisa 8.
Danilo lamenta, enquanto jogadores do Colo-Colo comemoram: Peixe sofreu apagão em Santiago |
O estádio fervia, com a torcida empurrando o "Cacique", campeão da Libertadores de 1991. Aos 26, a pressão dos chilenos em busca do gol de empate surtiu efeito. Esteban Paredes trombou com Durval, e a bola ainda sobrou pra ele, que bateu colocado no ângulo de Rafael, que não tinha o que fazer no lance. 1 a 1, e o Monumental pegou fogo. O ritmo do Colo-Colo em campo era tão frenético quanto o de seus torcedores nas arquibancadas, e aos 35 minutos, veio a virada. Em nova tabela com Paredes, o argentino Miralles (que defenderia o Grêmio e o próprio Santos pouco tempo depois) fez o segundo gol, para enlouquecer ainda mais os alvinegros da Cordilheira.
Mesmo tendo atuação apagada, Neymar ainda fez um golaço para o Santos |
Ainda no primeiro tempo, mas já aos 41 minutos, ninguém da zaga santista subiu numa cobrança de falta, e o uruguaio Scotti cabeceou firme para ampliar a vantagem chilena. 3 a 1, e o Santos totalmente perdido em campo. A equipe que encantou o Brasil no ano anterior corria sérios riscos de ser eliminada ainda na fase de grupos, o que só havia acontecido uma única vez na história do clube. No segundo tempo, o Colo-Colo seguia pressionando em busca de mais gols, mas foi só Neymar e Ganso se encontrarem em campo pra esboçar uma reação. Com um passe do camisa 10, o craque entrou livre, deixou Castillo falando sozinho e diminuiu o prejuízo para os brasileiros. O jogo acabou mesmo em 3 a 2, e no final dele, uma frase que marcaria a campanha do Santos.
Já depois do apito final, e com protestos da torcida enquanto o time se recolhia para os vestiários, o goleiro Rafael deu a cara pra bater e foi pro alambrado atender aos anseios dos santistas. Alguns mais exaltados, e aí vinha a promessa: "olha no meu olho, nós vamos classificar" - disse o camisa 1 aos alvinegros.
Rafael dá a cara a tapa e vai conversar com torcedores no alambrado pós-derrota no Chile (imagem: vídeo do canal Santosfc.tv - YouTube) |
ESCALAÇÃO DO SANTOS: Rafael, Pará, Edu Dracena, Durval e Léo (Rodrigo Possebon). Adriano, Danilo, Elano e Paulo Henrique Ganso (Keirrison). Neymar e Zé Eduardo (Maikon Leite). Técnico: Marcelo Martelotte
ENFIM, O DOCE SABOR DE UMA VITÓRIA - Santos 3x2 Colo-Colo/CHI
Uma derrota na Vila Belmiro poderia significar a eliminação do Santos com duas rodadas de antecedência da Libertadores, ainda na fase de grupos. A Vila Belmiro ficou lotada, e o jogo da volta contra o Colo-Colo traria ânimo renovado ao Peixe. Muricy Ramalho havia sido anunciado como novo técnico, e assistiria o jogo dos camarotes. Martelotte comandaria dentro de campo, mas o ânimo era outro desde a chegada do ônibus na Vila Belmiro, com o incentivo redobrado da torcida.
Novo técnico do Santos, Muricy Ramalho acena para os torcedores na Vila |
Era um outro Santos, definitivamente. Mais agressivo, mais ofensivo, criando chances de gol. Aos 11, Elano quase marcou de falta. Eram vários chutes de fora da área, já que o goleiro Castillo havia falhado feio no gol do camisa 8 no Chile. Aos 34, em uma cobrança magistral de falta no ângulo do uruguaio ex-Botafogo, Elano abria o placar para o time brasileiro, para a vibração dos jogadores, dos torcedores e de Muricy, que estava ao lado do presidente Luis Alvaro de Oliveira Ribeiro. Enquanto todo mundo ainda comemorava, Danilo recebeu de Zé Eduardo, driblou Castillo e tocou pro gol, contando ainda com um desvio do zagueiro chileno. 2 a 0, e festa renovada.
Zé Love e Ganso batem boca com o árbitro uruguaio Roberto Silvera: atacante acabou expulso |
Logo depois, no segundo tempo, Neymar aprontou mais uma. Fez um gol pra lá de antológico, se antecipou a Cabión, driblou Scotti, chapelou Cabrera e encobriu o ex-goleiro do Botafogo com um leve toque. Na comemoração, ele correu para os camarotes atrás do gol, e recebeu de Robinho (antes Robson, hoje recém-desligado do Cruzeiro) uma máscara com o seu rosto, que havia sido distribuída para a torcida. O árbitro já tinha lhe dado um amarelo no primeiro tempo após uma falta, e lhe deu outro, resultando numa expulsão. A torcida e os jogadores se desesperaram, e do camarote, Muricy reclamava muito do árbitro Roberto Silvera.
Pouco depois, foi a vez de Zé Eduardo ir para o chuveiro mais cedo. Ele trocou empurrões com Scotti e foi expulso. Prevendo uma tragédia para o jogo de volta contra o Cerro Porteño no Paraguai, Martelotte foi rápido e sacou Paulo Henrique Ganso (que já tinha amarelo por reclamação e estava nervoso) para a entrada do lateral Alex Sandro. Pouco depois, mais confusão. O banco do Santos se desentendeu com o do time chileno, e Elano, que já havia sido substituído para a entrada de Maikon Leite, foi expulso após jogar uma toalha contra o técnico do Colo-Colo. Três dos principais nomes do elenco estavam fora da partida que poderia selar o destino do Santos na Libertadores. E pra piorar, o Colo-Colo ainda marcou duas vezes e quase chegou ao empate. Com o apito final, o Peixe respirava.
Neymar comemora gol apontando para máscara com o seu rosto. Gesto lhe rendeu expulsão |
ESCALAÇÃO DO SANTOS: Rafael Cabral, Pará (Bruno Aguiar), Edu Dracena, Durval e Léo. Adriano, Danilo, Elano (Maikon Leite) e Paulo Henrique Ganso (Alex Sandro). Neymar e Zé Eduardo. Técnico: Marcelo Martelotte
PRESENTE DE ANIVERSÁRIO - Cerro Porteño/PAR 1x2 Santos
Na semana em que completaria 99 anos de existência, o Santos estava pressionado. Seria a estreia do técnico Muricy Ramalho, e logo numa pedreira. Se empatasse no Paraguai, o Peixe estaria eliminado na fase de grupos. E sem contar com Neymar, Zé Eduardo e Elano, expulsos na partida contra o Colo-Colo, ninguém sabia ao certo o que ia acontecer naquela partida. Muricy contaria com o retorno do volante Arouca após dois meses, e escalaria Keirrison e Diogo como titulares para substituir a sua dupla de ataque. Sem afobação, o Santos cercou o time da casa e pressionou. Aos 11 minutos do primeiro tempo, Danilo recebeu um passe, driblou um marcador e acertou um pombo sem asa com a perna esquerda. A bola foi morrer no ângulo do goleiro Barreto, que, em vão, tentou defender. Um verdadeiro golaço, pra desafogar o torcedor santista em Assunção e em todo o Brasil. As chances continuavam, mas a pontaria parecia não estar afiada. Aos 31, Diogo foi vencido pelas dores nas costas e acabou substituído por Maikon Leite.
Danilo comemora golaço marcado no Paraguai |
Depois de uma bela assistência do K9, Maikon Leite entrou livre, driblou o goleiro e chutou sem tanta força, dando tempo pra que o zagueiro salvasse em cima da linha. O Cerro Porteño seguia errando passes e cruzamentos bobos. Até que, como dizia Muricy: "A bola pune". E o Cerro foi punido. Paulo Henrique Ganso, que fez jus ao apelido de maestro nessa partida, roubou a bola no meio de campo e deu uma assistência colossal para que Maikon entrasse em velocidade e chutasse pro gol. A bola, novamente, não foi muito forte, mas dessa vez entrou, já no comecinho da segunda etapa. No restante da partida, o Santos jogou muito melhor. O time paraguaio ainda descontou no último lance do jogo, mas não havia nada mais a fazer. 2 a 1, e fôlego renovado. O Santos dependia das próprias forças para se classificar para as oitavas. No aniversário do clube, não poderia haver presente melhor.
Arouca voltou ao time no "jogo da vida" e teve ótima atuação. |
ESCALAÇÃO DO SANTOS: Rafael Cabral, Jonathan, Edu Dracena, Durval e Léo. Adriano, Arouca (Pará), Danilo e Paulo Henrique Ganso. Diogo (Maikon Leite) e Keirrison (Alex Sandro). Técnico: Muricy Ramalho
PROMESSA CUMPRIDA - Santos 3x1 Deportivo Táchira/VEN
No dia 20 de abril de 2011, o Pacaembu receberia o último jogo do Santos na fase de grupos da Libertadores. Era o jogo da vida, porque um empate eliminaria o time brasileiro. A partida seria contra o adversário da estreia e lanterna do grupo, Deportivo Táchira. Com a volta de Neymar, Elano e Zé Eduardo, Muricy já tinha em mãos o time que seria o considerado "titular". E em 9 minutos, o Peixe tratou de acabar com o nervosismo dos torcedores com dois gols. Neymar, aos 4, e um golaço de Jonathan aos 13. Era praticamente um recital na capital paulista, comandado por um maestro que vestia a camisa 10 do Rei Pelé.
O maestro Ganso comandou o recital alvinegro no Pacaembu |
No segundo tempo, o Táchira mostrou suas garras, e Rafael operou milagre numa cabeçada de Moreno. O Santos "tirou o pé", mas voltou com tudo após Chacón marcar um golaço de falta aos 24 minutos do segundo tempo. Três minutos depois, viria o gol da classificação para as oitavas. Neymar arrancou pela esquerda e fez a festa, invadindo a área. Ele rolou pra Zé Eduardo como quem disesse: "faz, Zé!" e o camisa 20 furou feio. No entanto, se redimiu ao recuperar a bola e tocá-la para Danilo, que ensinou como se faz. 3 a 1, gritos de olé da torcida, e confiança recuperada. A classificação estava assegurada, e o sonho do tri, mais vivo do que nunca.
ESCALAÇÃO DO SANTOS: Rafael Cabral, Jonathan, Edu Dracena, Durval e Léo. Arouca, Danilo, Elano (Adriano) e Paulo Henrique Ganso (Pará). Neymar e Zé Eduardo (Maikon Leite). Técnico: Muricy Ramalho
Neymar deu um show no Pacaembu |
HORA DA VINGANÇA - Santos 1x0 América/MÉX
Por duas edições seguidas da Taça Libertadores, o Santos cruzou com o América-MÉX nas quartas de final. Em 2007, empatou por 0 a 0 no México e venceu de virada por 2 a 1 na Vila. Em 2008, perdeu por 2 a 0 no estádio Azteca (com um gol legítimo sendo anulado aos 45 minutos do segundo tempo), e venceu em casa por 1 a 0, sendo eliminado. A parada agora seria pelas oitavas de final, com o primeiro jogo na Vila.
Kléber Pereira comemora, mas gol é anulado. Peixe seria eliminado pelo América em 2008 |
Ganso e Neymar festejam o gol da vitória na Vila Belmiro |
ESCALAÇÃO DO SANTOS: Rafael, Jonathan, Edu Dracena, Durval e Léo. Arouca, Danilo, Elano (Adriano) e Paulo Henrique Ganso. Neymar e Zé Eduardo (Alan Patrick). Técnico: Muricy Ramalho
SANTO RAFAEL! - América/MEX 0x0 Santos
Precisando apenas de um empate para seguir adiante na Libertadores, o Santos já teria um ponto a seu favor: o jogo contra o América não aconteceria no estádio Azteca, palco do tricampeonato do Brasil na Copa do Mundo de 1970, e casa do time mexicano. Devido a um show da cantora colombiana Shakira (Waka Waka!), a partida foi transferida para o estádio La Corregidora, em Querétaro, cidade a 552 km de distância da Cidade do México, capital do país. O estádio, pertencente ao clube de mesmo nome da cidade e que teria Ronaldinho Gaúcho como grande estrela anos depois, presenciaria uma noite épica na vida do goleiro Rafael.
Rafael deu um verdadeiro show em Querétaro e ajudou a classificar o Santos |
O Santos deu sustos no América, como numa cobrança de falta de Ganso que acertou a trave do goleiro Ochoa. Mas a noite era de Rafael. Ele fez pelo menos seis defesas magistrais, que impediram gols do América. Ninguém do Santos levou cartão em campo, e o zagueiro Edu Dracena quebrou o nariz numa disputa de bola no alto. Num sufoco danado, o Santos estava classificado para as quartas de final. E mais: era o único time brasileiro restando na Libertadores, já que 4 deles caíram juntos no dia anterior, sem contar o Corinthians, eliminado na fase prévia (Fluminense para o Libertad, Internacional para o Peñarol, Cruzeiro para o Once Caldas e o Grêmio para a Universidad Católica). O Santos, mais do que nunca, era o Brasil na Libertadores.
Rafael garantiu o Santos nas quartas da Libertadores |
ESCALAÇÃO DO SANTOS: Rafael, Jonathan, Edu Dracena (Alex Sandro), Durval e Léo. Adriano, Arouca (Rodrigo Possebon), Danilo e Paulo Henrique Ganso. Neymar e Zé Eduardo (Bruno Aguiar). Técnico: Muricy Ramalho
VINGANÇA PARTE 2 - Once Caldas/COL 0x1 Santos
Passada a "vingança" sobre o América-MEX, o Santos teria um outro velho conhecido pelo caminho nas quartas de final. Era o Once Caldas-COL, que havia eliminado o Cruzeiro nas oitavas, e que já havia sido o "bicho papão" de brasileiros em 2004, no chamado "ano das zebras futebolísticas", quando ganhou a Libertadores. Na mesma fase, sete anos depois, o reencontro. O Peixe havia sido eliminado pelos colombianos, e estava disposto a dar o troco. Jogando em Manizales, e com um jornal local ironizando o atacante Neymar, o time da Vila Belmiro foi com tudo pra cima, sem se intimidar com a altitude de 2.153 metros. Com a ausência de Paulo Henrique Ganso por lesão (havia se machucado na partida de ida da final do Campeonato Paulista contra o Corinthians, em São Paulo), coube a Alan Patrick jogar no lugar do camisa 10. E foi justamente o seu substituto quem decidiu a partida. No final do primeiro tempo, com assistência de Neymar, o camisa 25 bateu colocado e abriu o placar na Colômbia.
Jogadores do Santos comemoram o gol de Alan Patrick sobre o Once Caldas |
Cansado por conta do excesso de jogos decisivos em sequência, o Santos resolveu cozinhar a partida no final. Neymar deu belos dribles e levava pancada de tudo o que era jeito, provocando até a expulsão de Calle. No fim da partida, o camisa 11 saiu de campo carregado pelos médicos do clube. 1 a 0, e tranquilidade para as decisões que viriam a seguir.
ESCALAÇÃO DO SANTOS: Rafael, Jonathan, Edu Dracena, Durval e Léo (Alex Sandro). Adriano, Elano, Danilo (Bruno Aguiar) e Alan Patrick (Felipe Anderson). Neymar e Zé Eduardo. Técnico: Muricy Ramalho
RESSACA E CLASSIFICAÇÃO - Santos 1x1 Once Caldas/COL
Campeão paulista sobre o Corinthians no fim de semana após a partida de ida da Libertadores, o Santos preparava uma festança no Pacaembu. Além de festejar o bicampeonato consecutivo do estadual, o Peixe queria confirmar presença na semifinais do torneio continental, o que não acontecia desde 2007, quando o time da Vila Belmiro foi eliminado pelo Grêmio. E para espantar de vez o fantasma da eliminação de 2004, para o próprio Once Caldas, iria com tudo. Mas a partida teve doses e doses de drama. Logo aos 11 minutos, Neymar acertou um chute certeiro para abrir o placar. A semifinal estava mais perto. Ou não.
Neymar e Elano comemoram dançando o gol do Santos |
18 minutos depois, veio a reação do time colombiano. Numa jogada trabalhada após cobrança de falta e um desvio de cabeça de Mirabaje (que viria a jogar no Athletico-PR alguns anos depois), o atacante Rentería, ex-Internacional, em posição duvidosa, empatou. Silêncio absoluto no Pacaembu. Será que o fantasma de sete anos atrás estaria de volta? Ou não? O time do técnico Juan Carlos Osório (aquele, que passaria pelo São Paulo depois) não deixava o Santos jogar, embora a equipe brasileira perdesse um verdadeiro caminhão de gols, principalmente com Zé Eduardo. Pra aumentar o drama dos santistas, Alan Patrick sentiu a coxa e foi substituído por Pará. Depois, Muricy colocou Keirrison na vaga de Zé Love, e Alex Sandro na de Léo. No fim do jogo, pênalti para o Santos. Era a chance de colocar uma pedra no passado e exorcizar de vez o fantasma do passado, mas Neymar cobrou mal e o goleiro Martínez defendeu. Osório, sangue quente como de costume, bateu boca com o árbitro e foi expulso. Uma imagem que também marcou foi a de Tata, auxiliar de Muricy, indo falar com Rentería, com quem ambos trabalharam no Internacional em 2005. Pouco tempo depois, o colombiano assinaria contrato com o Peixe.
Para alívio da torcida, o jogo acabou. A semifinal da Libertadores já era realidade. Faltavam apenas quatro jogos para o tão sonhado tricampeonato.
Neymar sofreu muitas faltas, marcou um golaço e perdeu um pênalti no Pacaembu |
ESCALAÇÃO DO SANTOS: Rafael, Danilo, Edu Dracena, Durval e Léo (Alex Sandro). Adriano, Arouca, Elano e Alan Patrick (Pará). Neymar e Zé Eduardo (Keirrison). Técnico: Muricy Ramalho
REENCONTRO - Santos 1x0 Cerro Porteño/PAR
Depois do título paulista e da dramática classificação para a semifinal da Libertadores, a competição continental virou prioridade na Vila Belmiro. No Pacaembu, a equipe teria pela frente o Cerro Porteño, adversário que enfrentou na fase de grupos e que já conheciam bem. Para o terceiro confronto frente aos paraguaios, o Santos teria Neymar e companhia, já que estava desfalcado de Paulo Henrique Ganso, sem previsão de retorno. O time guaraní tinha um novo técnico, Leonardo Astrada, que já havia comandado a equipe no jogo de volta da primeira fase. E no primeiro jogo das semis, o protagonista era Neymar. O craque deu um show e comandou o Santos. Ainda levou amarelo, por tirar a camisa de manga longa (por baixo da camisa de jogo) sem sair do campo, mas nada que o abalasse.
Mais uma vez, Neymar foi crucial em campo |
Seu marcador, Iván Piris, sofria para pará-lo (sofreria ainda mais após se transferir para o São Paulo). No final do primeiro tempo, brilhou a estrela do camisa 11. Ele saiu driblando meio time do Cerro e cruzou na cabeça de Edu Dracena. A bola ainda pegou no travessão e atrás da linha fatal, dentro do gol. No que ela voltou, o baixinho Léo cabeceou pras redes, mas o árbitro deu gol para o zagueiro e capitão do time. Depois disso, Zé Love cansava de perder gols e o Pacaembu inteiro começou a vaiá-lo. Quando Muricy o sacou para a entrada de Maikon Leite, a torcida comemorou. Neymar insistia em resolver sozinho, mas nada dava certo. O jogo acabou, e esse 1 a 0 valeu ouro para o Santos. Bastava um empate em Assunção para levar o Peixe à final da Libertadores após oito anos ausente.
Edu Dracena marca o gol da vitória do Santos no Pacaembu |
ESCALAÇÃO DO SANTOS: Rafael, Pará, Edu Dracena, Durval e Léo (Alex Sandro). Adriano, Arouca, Elano (Alan Patrick) e Danilo. Neymar e Zé Eduardo (Maikon Leite). Técnico: Muricy Ramalho
SUFOCO E FELICIDADE - Cerro Porteño/PAR 3x3 Santos
A partida da volta reservava emoções ao torcedor santista. Voltando ao palco onde ressurgiu das cinzas na Libertadores, o Peixe precisava apenas empatar para garantir a vaga na decisão. O Cerro Porteño precisava vencer por dois gols de diferença para ir à final. Uma vitória dos paraguaios por 1 a 0 levaria a decisão aos pênaltis. Mas essa hipótese caiu por terra logo aos dois minutos de jogo. Elano cobrou falta na área e Zé Eduardo, logo ele, tão contestado pela torcida e a 14 jogos sem marcar um mísero gol, abriu o placar desviando de cabeça. Uma ducha de água fria para a torcida do Cerro, que lotou o estádio General Pablo Rojas.
Zé Eduardo brilhou e marcou o gol que abriu o placar da semifinal |
O gol deu confiança ao Santos, que partiu pra cima decidido a garantir de uma vez a classificação para a final. Pouco tempo depois, Jonathan se lesiona e é substituído por Pará. Aos 27 minutos de jogo, Dracena deu um bicão pra frente, pra afastar o perigo, sem a menor intenção de armar uma jogada, mas ela pingou logo na frente de quem? Neymar. Antes do craque chegar na bola, o zagueiro Pedro Benítez (ex-Atlético-MG) tentou recuar de cabeça para o goleiro Barreto, que se atrapalhou inteiro e jogou a bola pra dentro do próprio gol. A vantagem do Santos aumentava, e a final se aproximava ainda mais. Aos 31, César Benítez diminuiu de cabeça, deixando a torcida paraguaia em êxtase absoluto. Mas no final do primeiro tempo, a estrela de Neymar brilhou mais uma vez. Em grande jogada, o craque fintou bonito e chutou colocado pra fazer 3 a 1. A vaga na final estava carimbada.
Neymar chuta para fazer o terceiro gol do Santos no jogo |
O segundo tempo foi um drama, digno de Libertadores. A torcida do Cerro, ensandecida, empurrava o time sem deixar de acreditar por um único instante, mesmo com a vantagem absurda do Santos em campo e no placar agregado. Aos 15 do segundo tempo, Lucero diminuiu um pouco a vantagem alvinegra. Rafael fazia o que podia pra evitar o empate lá atrás, mas uma hora a bola passou. Numa linda jogada, Jonathan Fabbro (ex-Atlético-MG) fez um golaço, empatando o jogo e enlouquecendo a torcida paraguaia, que acreditava ser possível. Faltavam dois gols para que o Cerro Porteño chegasse à final da Libertadores pela primeira vez na história. Mas o Santos tinha uma muralha chamada Rafael, que fazia um milagre atrás do outro. No fim da partida, Edu Dracena ainda foi expulso. Tensão até o final, mas o dever foi cumprido. Oito anos depois de perder o título para o Boca Juniors, o Santos estava de volta a uma final de Taça Libertadores da América. Faltavam dois jogos para o torcedor soltar o grito que estava preso há 48 anos.
ESCALAÇÃO DO SANTOS: Rafael, Jonathan (Pará), Edu Dracena, Durval e Léo (Alex Sandro). Adriano, Arouca, Elano (Rodrigo Possebon) e Alan Patrick. Neymar e Zé Eduardo (Maikon Leite). Técnico: Muricy Ramalho
REENCONTRO HISTÓRICO E BANDEIRINHA HERÓI - Peñarol/URU 0x0 Santos
48 anos depois, Santos e Peñarol decidiriam a Taça Libertadores mais uma vez. Em 1962, o Peixe levou a melhor e conquistou o torneio pela primeira vez, em três partidas na final. Jogando na Vila Belmiro, no estádio Centenário e no Monumental de Nuñez, casa do River Plate, onde ergueu a taça. O time carbonero, comandado por Diego Aguirre, havia eliminado o atual campeão Internacional, a Universidad Católica e o poderoso Vélez Sarsfield de Ricardo Gareca, num jogo pra lá de dramático em Buenos Aires. Oito anos depois, o dia chegava para os santistas.
Neymar foi caçado em campo pelos uruguaios |
No palco da final da primeira Copa do Mundo da história, em 1930, a torcida do Peñarol fez uma festa absurda, assistida de perto pelos jogadores santistas durante o aquecimento antes do início do jogo. Sem o capitão Edu Dracena, Bruno Rodrigo fazia a sua primeira partida de Libertadores na carreira, entrando logo de cara numa final. A cada falta sofrida por Neymar em campo, vaias explodiam pelo estádio. Ainda sem Ganso em campo, ficava muito difícil para o Santos ter um substituto com as qualidades de seu camisa 10. O Peixe teve chances de gol, sendo que Zé Eduardo perdeu duas ótimas oportunidades no segundo tempo.
Zé Eduardo tenta marcar o gol, mas não consegue |
Já no fim da partida, Diego Alonso marcou um gol para o Peñarol. Uma ducha de água fria para os santistas, mas entrou em ação o bandeirinha Nicolás Yegros. O Centenário explodia em alegria, quando o assistente levantou a bandeira, assinalando impedimento do camisa 9 carbonero. Suspiro de alívio para os santistas, e muita raiva do lado uruguaio. Diego Aguirre chegou a discutir com o quarto árbitro e quase foi expulso de campo, mas o jogo terminou 0 a 0. Faltava apenas um passo para a glória eterna. Um passo para soltar um grito preso há 48 anos.
Torcida do Santos foi em peso ao estádio Centenário |
ESCALAÇÃO DO SANTOS: Rafael, Pará, Bruno Rodrigo, Durval e Alex Sandro. Adriano, Arouca, Elano (Alan Patrick) e Danilo. Neymar e Zé Eduardo (Bruno Aguiar). Técnico: Muricy Ramalho
O FIM DE UMA LONGA ESPERA - Santos 2x1 Peñarol/URU
A Taça Libertadores de 2011 foi intensa para os santistas. De uma quase eliminação na fase de grupos até a decisão do torneio após oito anos de ausência, e a uma simples vitória de conquistar a terceira estrela. O Pacaembu recebeu 40 mil pessoas num verdadeiro mar branco, o maior público do estádio em anos. O Santos teria a volta de seu maestro, Paulo Henrique Ganso, e de seu capitão Edu Dracena, além de Léo. Ao lado de Elano, o lateral-esquerdo era um dos remanescentes da derrota na final de 2003, quando o Boca Juniors foi campeão sobre o Peixe em pleno Morumbi. Segunda chance também pra Arouca, vice-campeão em 2008 com o Fluminense, e para Jonathan, derrotado em 2009 pelo Estudiantes, quando vestia a camisa do Cruzeiro. Assim como Durval, que havia marcado um gol contra na partida de ida da final em 2005, sendo vice-campeão pelo Athletico-PR.
"Pacaembu em chamas": torcida do Santos fez uma festa espetacular no estádio |
No primeiro tempo, o Santos dominou as ações. Teve várias chances de abrir o placar, mas pecou na falta de pontaria ou em defesas do goleiro Sebastián Sosa. O Peñarol não deu um único susto sequer nos alvinegros. No começo do segundo tempo, Arouca tabelou com Ganso, que devolveu num passe espetacular, de letra. Então, o camisa 5 encarnou Ronaldinho Gaúcho, saiu driblando quem aparecia pela frente e só rolou para Neymar, que bateu colocado, de chapa, de primeira. Gol do Santos. O Pacaembu explodia em alegria. A maioria dos torcedores do Peixe no estádio nunca viram um título de Libertadores, passando pela traumática experiência de 2003. Na transmissão da Rede Globo, uma imagem que ficou eternizada entre os torcedores do Peixe, quando uma torcedora batia no peito e fazia um coração com as mãos, fazendo juras de amor ao clube que escolheu amar.
"A garota do tri", como ficou conhecida a torcedora Priscila Lima. A imagem dela ficou eternizada entre os torcedores do Santos |
O jogo continuou, e a última pá de cal no caixão uruguaio foi dada por Danilo. Logo ele, que era tão criticado por torcedores quando chegou, que marcou o gol que deu sobrevida ao Santos na Libertadores, que marcou o gol que garantiu a classificação para as oitavas de final. Danilo. Com a perna ruim (ele é destro), bateu colocado no canto de Sosa e correu pro abraço. Já substituído, Léo gritou nos microfones: "agora ninguém tira!". A torcida estava em completo êxtase. O gol contra de Durval, assim como em 2005 pelo Furacão, assustou a boa parte dos santistas que estavam no Paulo Machado de Carvalho. Mas o time do Peñarol não conseguia fazer absolutamente NADA em campo. Ainda tiveram os gols perdidos por Zé Eduardo, e uma bola na trave de Neymar, que ainda chegou perto de fazer um golaço quando o jogo estava 1 a 0. Mas não tinha diferença. O árbitro apitou o final do jogo, e o torcedor santista, enfim, pôde soltar o grito que estava preso há 48 anos. TRICAMPEÃO DA TAÇA LIBERTADORES DA AMÉRICA! E lembra da promessa de Rafael, ainda no Chile, aos torcedores do Santos? Pois é. Missão dada é missão cumprida.
Edu Dracena ergue a Taça da Libertadores. Santos se tornou o brasileiro com mais títulos, ao lado do São Paulo. Ao lado deles, só o Grêmio, que viria a ser tri em 2017. |
ESCALAÇÃO DO SANTOS: Rafael, Danilo, Edu Dracena, Durval e Léo (Alex Sandro). Adriano, Arouca, Elano e Paulo Henrique Ganso (Pará). Neymar e Zé Eduardo. Técnico: Muricy Ramalho
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