FÓRMULA 1 - Guia da temporada 2019

POR: LUCAS COSTA

A temporada 2019 da Fórmula 1 está trazendo a maior mudança no grid em toda a sua história. Novas caras prestes a fazer sua estreia na categoria, além do retorno de nomes conhecidos dos fãs, como o russo Daniil Kvyat, que volta a guiar pela Toro Rosso após ter sido dispensado da mesma, e o polonês Robert Kubica, colocando a cereja do bolo em uma bela história de superação. Durante o ano passado, Kvyat foi piloto reserva da Ferrari e terá a companhia do tailandês Alexander Albon, que disputou a Fórmula 2 e chega para substituir o neozelandês Brendon Hartley, dispensado do time de Faenza e confirmado como reserva na Scuderia. A maior "perda" da categoria é, sem dúvida nenhuma, a saída do bicampeão Fernando Alonso. O "samurai espanhol" deixou a McLaren ao fim do ano passado, visando respirar novos ares. Ele vai disputar novamente as 500 Milhas de Indianápolis, no meio do ano, além de ser cotado para disputar a temporada completa da Fórmula Indy. Vencedor das 24h de Le Mans e vencedor também em Daytona, a vitória nos EUA seria a "cereja do bolo" para ele alcançar a tríplice coroa do automobilismo (vencer as 24h de Le Mans, o GP de Mônaco de F1 e as 500 milhas).


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Campeão em 2005 e 2006 pela Renault, Alonso teve uma frustrante segunda passagem na McLaren

Equipes com história na categoria também saíram, como a Sauber. O time suíço dá lugar para a tradicionalíssima Alfa Romeo, a primeira vencedora da história da F1. A estrutura do time segue em Hinwil, na Suíça, sede do time de Peter Sauber. O Brasil também volta a marcar presença. Depois de quase 1 ano e meio sem um piloto, o país terá dois, mas como reservas. Pietro Fittipaldi, neto do bicampeão Emerson Fittipaldi, é piloto da Haas, enquanto o mineiro Sérgio Sette Câmara é reserva na McLaren, que tem uma ligação muito forte com o Brasil. Afinal, foi no time de Woking que Ayrton Senna conquistou os seus três títulos mundiais na categoria. Além disso, a Petrobras fornecerá combustível para a McLaren.

Vamos agora falar mais sobre as equipes e pilotos do grid de 2019.

MERCEDES: Atual pentacampeã mundial nos construtores e campeã de pilotos desde 2014, o time alemão segue com a mesma dupla, formada pelo finlandês Valtteri Bottas e pelo pentacampeão mundial Lewis Hamilton, que segue buscando os recordes do alemão Michael Schumacher. Titular da Force India (agora Racing Point) nas duas últimas temporadas, o francês Esteban Ocon passa a ser reserva nas Flechas de Prata.

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Bottas acelera o W10 em Barcelona, novo carro da Mercedes

FERRARI: Ainda buscando voltar aos tempos de glória, o time italiano teve mudanças drásticas. Saiu Maurizio Arrivabene da chefia da equipe, entrou Mattia Binotto. O tetracampeão Sebastian Vettel segue firme, enquanto o finlandês Kimi Raikkonen encerrou a sua segunda passagem por Maranello, indo correr na Alfa Romeo (antiga Sauber, por onde o Iceman estreou na categoria, há 18 anos). O seu substituto vem justamente da Sauber: o monegasco Charles Leclerc, grande aposta do time para voltar ao topo da Fórmula 1. Campeão da Fórmula 2 em 2017, Leclerc fez uma temporada muito boa com o time suíço no último ano.

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Charles Leclerc guia a Ferrari SF-70, carro de 2018, em Abu Dhabi

RED BULL: Talvez a grande mudança no time austríaco tenha sido a troca do motor. Sai a Renault (depois de 12 anos de parceria) e entra a Honda, que fornece motores também para a Toro Rosso, o time B da Red Bull. Sem o australiano Daniel Ricciardo, que foi justamente para o time francês, a solução foi promover Pierre Gasly, que desde o final de 2017 estava na Toro Rosso. O holandês Max Verstappen, que venceu duas corridas no ano, segue firme.

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A nova Red Bull usou uma pintura provisória nos primeiros testes

WILLIAMS: Cada vez mais no fundo do poço, uma das equipes mais tradicionais e com grande história na Fórmula 1 tenta sair do estado crítico em que se encontra faz tempo. Em 2014, chegou a ser a terceira melhor equipe do grid. O último pódio foi conquistado em 2017, com Lance Stroll no GP do Azerbaijão. A última pole veio em 2014, com Felipe Massa na Áustria. E a última vitória foi há 7 anos, com o venezuelano Pastor Maldonado. Falando nisso, o piloto canadense deixou o time de Grove e rumou para a Force India (agora Racing Point), que foi comprada pelo seu pai, Lawrence. O russo Sergey Sirotkin foi dispensado, e a dupla será formada pelo britânico George Russell, atual campeão da Fórmula 2, emprestado da Mercedes. Além do polonês Robert Kubica, coroando a sua história de superação após o grave acidente de rali sofrido em 2011. Kubica estreou na F1 em 2006, pela BMW Sauber, substituindo o campeão de 1997, Jacques Villeneuve, que havia se aposentado em meio ao campeonato. Sofreu um acidente tenebroso no GP do Canadá de 2007, mas saiu ileso. Na mesma pista, no ano seguinte, conquistou a primeira e única vitória da carreira e chegou a liderar o campeonato. Em 2010, correu pela Renault, que se tornaria Lotus no ano seguinte. Chegou até a ser sondado pela Ferrari, mas o acidente quase o fez perder o braço direito e colocou em dúvida a sua capacidade de ainda guiar. O novo carro da Williams trouxe de volta o S do Senna no bico, um tributo eterno ao tricampeão, que morreu em 1994 guiando uma Williams, equipe pela qual ele teve a primeira oportunidade de guiar um carro da categoria, em 1983, antes de fazer sua estreia pela Toleman.

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Kubica foi cotado para substituir Felipe Massa na Williams, mas acabou preterido por Sergey Sirotkin. Com a saída do russo, o polonês terá nova chance na categoria

McLaren: Tentando voltar aos tempos de glória após quatro temporadas pífias, o time de Woking se renovou. Perdeu o espanhol Fernando Alonso, que decidiu se retirar da Fórmula 1 após 17 anos e 2 títulos mundiais na categoria. Companheiro do Rei das Astúrias nos últimos 2 anos, o belga Stoffel Vandoorne foi dispensado do time e rumou para a Fórmula E. Pupilo do samurai espanhol, Carlos Sainz deixou a Renault para aceitar o desafio de reconduzir a McLaren ao seu lugar de direito, ao lado do britânico Lando Norris, sensação e joia do automobilismo inglês.

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McLaren manteve o seu tradicional laranja no carro. Motores são da Renault

RENAULT: A equipe francesa busca voltar aos tempos de glória na categoria. Para isso, buscou Daniel Ricciardo na Red Bull para ser o grande capitão do time rumo ao topo, e manteve o alemão Nico Hulkenberg, desde 2017 no time, que ainda conta com o maior rival de Ayrton Senna nas pistas. Tetracampeão mundial e revelado pela Renault, Alain Prost segue como consultor e diretor da equipe.

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Esse é o novo Renault R.S.19

RACING POINT: A nova equipe entrou no lugar da Force India e ficou com toda a estrutura do time indiano. Comprada pelo bilionário Lawrence Stroll, a equipe canadense resolveu manter o mexicano Sérgio Pérez, que guiou pela Force India nas últimas quatro temporadas, e claro, Lance Stroll. Depois de duas temporadas na Williams, ele chega a uma nova equipe.

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Lance Stroll guiando a Force India em Abu Dhabi

ALFA ROMEO: A primeira vencedora da história da Fórmula 1 está de volta ao grid depois de quase três décadas. A última temporada da Alfa Romeo como equipe havia sido em 1985, quando Ayrton Senna conquistava sua primeira vitória na categoria pela Lotus. O time italiano fica com o lugar da Sauber, e com a estrutura do time suíço, em Hinwil. Com motores da Ferrari, o time contará com dois pilotos conhecidos dos tifosi. O finlandês Kimi Raikkonen, campeão mundial pela Ferrari em 2007 e que disputou as quatro últimas temporadas em Maranello, além do italiano Antonio Giovinazzi, que integra a academia de pilotos da Ferrari. Com isso, a Itália também volta a ter um piloto durante a temporada completa da Fórmula 1, o que não acontecia desde 2011, com Jarno Trulli.

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34 anos depois, a Alfa Romeo está de volta ao grid da Fórmula 1

TORO ROSSO: Desde 2006 na F1, o time B da Red Bull, que ficou com a estrutura e sede da antiga Minardi, terá novos pilotos em 2019. Ou não tão novos assim, já que um deles é o russo Daniil Kvyat, que estreou na categoria pelo time de Faenza, em 2014, e sendo promovido à Red Bull no ano seguinte. Demitido em meados de 2017, o "Torpedo" passou 2018 como piloto reserva da Ferrari. Sem opções no mercado após promover Pierre Gasly ao time principal e não renovar com Brendon Hartley, a STR resolveu dar nova chance para Kvyat. Pela primeira vez na história, a Tailândia terá um piloto no grid da Fórmula 1. Alexander Albon, que estava correndo na Fórmula 2 e quase foi parar na Fórmula E, será um dos pilotos da equipe em 2019.

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Daniil Kvyat em ação pela Toro Rosso: em 2019, o russo volta ao time italiano

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